Segredos da Anitha

setembro 23, 2009

Paranóia Delirante

E de repente se viu num quarto escuro iluminado apenas por velas de cor magenta, eram pequenas, porém largas, e estavam espalhadas por todo o recinto, o cheiro de parafina queimada impregnava o local. Era em uma dessas mesas de consultório ginecológico que ela se encontrava. Apesar da nudez, não sentia frio; assim que recobrou a consciência sentiu imensa confusão que aos poucos foi se transformando em pânico. Seus membros estavam amarrados com uma corda fina, mas resistente, como as que os escaladores usam. Ela sentia seus pulsos queimarem a cada movimento que fazia para tentar se livrar das amarras. Não podia se mexer e gotas de suor começavam a brotar de sua fronte. Parecia estar sozinha, o silencio era sufocante, quebrado apenas pelo pulsar do seu coração que teimava em bater aceleradamente. Tentou chamar por alguém, o grito foi conseqüência, sua garganta já arranhava; continuava se perguntando como tinha chegado ali, o que havia acontecido com ela naquela noite. Não obtinha resposta para os seus chamados, nada, apenas o silêncio gritante. Minutos se passaram, mas para ela pareciam horas. Sentia-se exausta quando ouviu um sussurro em seu ouvido; era uma voz rouca, masculina, com um quê de sarcasmo. Sem saber o real motivo, soube que fora a escolhida, seria sacrificada em oferenda a um deus de nome tão confuso quanto aquela situação. Ele explicara que seus membros seriam lentamente cortados bem como a sua garganta. Misteriosamente ela não conseguia enxergar a fisionomia de seu algoz, apenas seu vulto, o de um homem alto e forte. Seguia-o com os olhos sem ao menos piscar, percebeu algo em sua mão; ele se aproximou dela e repentinamente começou a serrar-lhe o braço direito. Gritos de horror e desespero ecoaram; ela sentia seu corpo gelar; faltava-lhe o ar. Ao ter o segundo membro serrado, seu cérebro já não processava com clareza e os gritos não passavam de sussurros entrecortados. O cheiro de sangue era o que predominava no ambiente e depois de ter todos os seus membros mutilados, ela já não tinha mais qualquer tipo de reação. Quando finalmente a lamina úmida e fria encostou em sua garganta, ela suspirou profundamente e lágrimas escorreram pela sua face pálida quase que sem vida. Seu corpo estava empapado de suor e ela soluçava violentamente. De súbito, ela abre os olhos e de um salto percebe-se em sua própria cama; o coração agora bate em ritmo frenético e aos poucos o alivio a invade. Em voz alta acalma a si mesma e amaldiçoa o livro jogado no chão ao lado de sua cama.


posted by Anitha at 9:15:00 PM

2 Comments:

Envolvente, do começo ao fim.


beijos

24 de setembro de 2009 às 19:33  

eu tb gostei bastante do q li; entao to te seguindo pra acompanhar; segue o meu tb, q dai vc fica sabendo.... eu tava mto cheio de conteudo e pus tudo pra fora, acho q vai demorar um poko pra eu escrever de novo...
bom, é isso,
abraçO!

28 de setembro de 2009 às 01:48  

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